Vacinas para o cão – quais são?

A vacinação é um cuidado muito importante que devemos ter com a saúde dos nossos patudos. É um procedimento simples capaz de prevenir doenças graves em cães e gatos.

Ao mantermos os animais protegidos de doenças, também estamos a evitar que zoonoses (doenças transmissíveis aos humanos) afetem as nossas famílias.

Vacinas para cães funcionam como as vacinas humanas. O organismo é exposto a uma forma modificada ou inativa do agente causador da doença e o sistema imunológico produz anticorpos e outros mecanismos de defesa. Assim o cão estará preparado para combater uma possível infecção se entrar em contacto com este mesmo agente no futuro.

Quais vacinas o meu cão deve receber?

Em Portugal, há apenas uma vacina obrigatória para os cães. As demais são divididas entre core e não core. Vacinas core são as recomendadas, pois previnem doenças graves que podem ser fatais. As vacinas não core são as opcionais, aconselhadas só em determinadas situações, normalmente quando o risco de exposição aos agentes infecciosos é elevado.

Com exceção da vacina contra a raiva, a maior parte das vacinas disponíveis para cães são polivalentes ou múltiplas, ou seja, uma única vacina confere proteção simultânea para diferentes doenças. Algumas opções protegem contra 8 a 10 agentes diferentes, como é o caso da v8 e da v10.

Vacinação obrigatória:

A única vacina obrigatória para cães em Portugal é a vacina contra a raiva. O país está livre de casos da doença desde 1961 e a vacinação é importante para manter esse status.

Existem diferentes vacinas antirrábicas no mercado, algumas com proteção por até 3 anos. Ainda, alguns locais tem campanhas de vacinação gratuita.

Principais doenças com vacinação recomendada (core):

Parvovirose

A Parvovirose é uma doença muito contagiosa, causada por um vírus extremamente resistente. Este vírus pode permanecer no ambiente por longos períodos. É quase sempre fatal. A doença afecta o sistema gastrointestinal do cão, vindo a causar perda de apetite, vómitos (que podem conter sangue), diarreia, febre alta e desidratação severa.

Esgana Canina

Também conhecida como Cinomose, é uma doença extremamente contagiosa causada por vírus. Seu diagnóstico pode ser difícil pela grande quantidade de alterações. O cão pode ter comprometimento respiratório, gastrointestinal, neurológico, ocular e cutâneo. Os sinais clínicos mais comuns são secreção purulenta no nariz e nos olhos, tosse, espasmos e paralisia.

Hepatite Infecciosa

É uma doença viral que pode ser fatal, principalmente para cães jovens ou fracos. Ela provoca redução dos glóbulos brancos, vómitos, diarreia, dores, febre, icterícia (mucosas amareladas), problemas estomacais e hepatite grave.

Leptospirose

A Leptospirose é uma zoonose causada por bactérias presentes na urina de roedores. Pode ser fatal principalmente para cachorros ou cães com imunidade baixa. O cão vai desenvolver lesões em vários órgãos, apresentando febre, perda de apetite, letargia, vómitos, diarreia e icterícia.

Principais doenças com vacinação opcional (não core):

Tosse dos Canis ou Parainfluenza Canina

É uma doença causada por mais de um agente infeccioso. Ela costuma ser um problema maior para locais onde há aglomeração de cães. O sinal clínico característico é a tosse, mas também podem haver outras alterações respiratórias como febre e secreções nasais e oculares. A vacina é muito procurada por ser exigida em hotéis e creches caninas.

Leishmaniose

É uma doença que não ocorre em todas as zonas do país. É transmitida por insetos parecidos com mosquitos, os flebótomos. Pode se apresentar na forma cutânea ou visceral. Os principais sinais são perda de peso, diarreia, crescimento exagerado das unhas e feridas na pele.

A vacinação não evita que o cão tenha leishmaniose, mas retarda a evolução da doença. A associação com o uso de coleiras repelentes é a melhor forma de proteção.

A melhor forma de saber qual vacina fazer no seu cão é levá-lo a um médico veterinário para uma consulta vacinal. Assim, ele vai poder avaliar os fatores importantes para elaborar um plano de imunização adequado e especial para o patudo!

Quando devo vacinar meu cão?

Nos cachorros, a vacinação básica é muito importante. Ela deve iniciar quando a proteção dos anticorpos maternos diminui.

A primeira dose da vacina, entre a 6ª e a 8ª semana de vida, vai ativar o sistema imune, o cachorro terá imunidade completa a partir da segunda ou terceira dose. O intervalo entre doses varia de 21 a 30 dias, sendo que a última dose da vacina deve ocorrer a partir da 16ª semana de vida do cachorro.

A vacina contra a raiva deve ser aplicada entre a 16ª e 18ª semana de vida do cachorro.

Com o passar do tempo, a imunidade gerada pela vacina diminui e uma revacinação é necessária para manter a proteção contra as doenças. Por isso os patudos precisam ser revacinados periodicamente.

Uma prática comum entre veterinários é recomendar a revacinação anual para cães. No entanto, alguns profissionais optam por um intervalo de três anos, dependendo da marca e tipo da vacina utilizada.

Quem pode administrar as vacinas?

Em Portugal, a aplicação de vacinas em cães é atividade exclusiva dos médicos veterinários. Esses profissionais têm o conhecimento necessário para elaborar um plano vacinal adequado para cada cão e seu estilo de vida, além de fazerem a aplicação com segurança e da forma certa.

Os veterinários também vão ser capazes de avaliar se o cão está apto para receber a dose da vacina e se não apresenta alguma alteração ou sinal de doença.

As vacinas são seguras?

As vacinas aprovadas passam por muitos testes e por processos de fiscalização antes de serem comercializadas, então sim, é seguro, vacinar o seu animal.

Para garantir a eficácia da vacinação, ela deve ser feita por um médico veterinário responsável, a vacinas devem ser armazenadas em local adequado e o protocolo vacinal realizado conforme o recomendado. Esses são pontos que os tutores podem e devem ficar atentos!

O meu cão pode ficar mal depois da vacinação?

Normalmente as vacinas são bem toleradas, mas, mesmo seguindo todas as recomendações, pode ser que o patudo tenha algum efeito secundário à vacina. Estas reações costumam ocorrer no primeiro dia após a vacinação. Reações graves são raras.

Entre os efeitos adversos temporários estão:

• Febre

• Inchaço no lugar da aplicação

• Apatia

• Perda de apetite

Se algum destes sinais persistir ou você observar alguma outra alteração é recomendado que entre em contato imediato com o veterinário do seu cão.

Para minimizar o risco de ocorrer algum destes efeitos secundários, cão deve estar totalmente saudável e desparasitado para receber a dose de vacina. Qualquer problema de saúde deve ser resolvido antes da vacinação.

Vou gastar muito para vacinar meu cão?

Como qualquer outro produto ou medicamento, os preços das vacinas variam conforme o local de compra e o fabricante.

Mas, o mais importante é ter em mente que com certeza o custo de uma vacina é muito menor do que as despesas para cuidar da recuperação do seu amigo de quatro patas caso ele fique doente. A saúde e o bem-estar do patudo devem ser prioridade!